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Ditadores podem doar sangue, homossexuais não, diz campanha
Um exemplo declarado de preconceito no Brasil é a lei que proíbe homossexuais de doarem sangue. Mesmo com dados que evidenciam o baixo número de doações, o Ministério da Saúde mantém a Portaria 2712, que restringe homens que poderiam ser potenciais doadores apenas por que mantiveram relações com outros homens no período de 1 ano, mesmo que estas pessoas tenham feito sexo de forma segura com o seu parceiro.
No primeiro semestre deste ano, uma campanha da All Out, movimento global de defesa dos direitos LGBT, chamou a atenção para os cerca de 18 milhões de litros de sangue que o Brasil desperdiça ao ano por puro preconceito.
Agora, a ONG Bandeiras Brancas, movimento que cria ações de comunicação em prol da paz, também denuncia o parágrafo considerado preconceituoso da Portaria do Ministério da Saúde em busca de criminalizar os hemocentros que não aceitarem o sangue de homossexuais que sempre mantiveram relações seguras.
Para que o projeto alcance 20 mil assinaturas e possa ser encaminhado à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, foi criado um vídeo de impacto, mostrando que de acordo com tal parágrafo, o comportamento agressivo de diversos ditadores se enquadraria para doação de sangue, enquanto o dos homossexuais, por puro preconceito, não.
O Brasil desperdiça cerca 18 milhões de litros de sangue ao ano por preconceito. Em 2014, apenas 1,8% da população brasileira doou 3,7 milhões de bolsas. O ideal da ONU é que 3 a 5% da população de um país seja doadora.
“Esta medida do Ministério é totalmente preconceituosa, já que com exames mais avançados, é possível diagnosticar um sangue saudável em 10 dias”, afirma Álvaro Carvalho, co-criador da campanha.
Fonte: exame.com
08/07/2016