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Movimentos sindical e sociais articulam atos em defesa da normalidade democrática

Plenária dos movimentos sociais sinaliza necessidade de organização e participação popular para conter investidas retrógradas e urgência de o governo direcionar suas forças à esquerda



São Paulo – Contra os ajustes fiscais, mas também contra o golpe. Por direitos sociais, mas também em defesa da democracia. Essas são as bandeiras que os movimentos sindical e sociais do campo e da cidade levarão às ruas de São Paulo, no dia 20 de agosto. A manifestação está prevista para a partir das 17h, no Largo da Batata, bairro de Pinheiros, zona oesta da capital paulista.

Na sexta-feira (7), no auditório da Apeoesp (o sindicato que representa os professores da rede pública estadual de ensino), as organizações que compõem o Fórum dos Movimentos Sociais de São Paulo definiram a realização de atos e marchas para os dias que antecederão o ato do dia 20.

Para o representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, o cenário brasileiro enfrenta três diferentes crises: econômica, de investimento público e política – e um dos caminhos é a reforma do sistema político.

"A cada eleição teremos uma operação lava-jato se não mudarmos este sistema. Isso só mudará se houver uma reforma política drástica, que acabe com o financiamento privado das campanhas, que recupere a fidelidade partidária e o sentido dos partidos", pontuou.

ROBERTO PARIZOTTI / CUT
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Representantes de movimentos sociais e sindical organizam participação popular em defesa da democracia
Deputada estadual pelo PCdoB, Leci Brandão defendeu medida igual. "A reforma política é necessária para que estejamos no poder, porque nós não estamos lá. Quando houver financiamento público de campanha é que ocuparemos os espaços e teremos a representatividade, sejamos nós movimentos sociais, negros e mulheres", disse.

Durante o encontro, os movimentos aprovaram a carta "O povo de São Paulo é contra o golpe", na qual repudiam a ameaça de trapaça política da direita brasileira, atrelada ao imperialismo, que tenta desestabilizar o governo federal, abrindo caminho para o impeachment de Dilma Rousseff. No documento, as organizações apontam que o conservadorismo tem como berço o estado de São Paulo, liderado pelo PSDB há mais de 20 anos.

Stédile avalia que os setores mais favorecidos do país também enfrentam problemas e, num cenário de acirramento, estão divididos. "Uma parte está apavorada e levando dinheiro pro exterior. Outra anuncia um programa para sair da crise, que é o realinhamento da nossa economia aos EUA, a volta ao Estado mínimo, com cortes de gastos sociais. E uma terceira proposta é cortar os direitos dos trabalhadores".

Golpe agora?
Ao falar sobre a atual cena política nacional, Stédile destacou que é preciso sim pressionar o governo Dilma, mas à esquerda. "Votamos num programa que não está sendo colocado. O [Joaquim] Levy não nos representa. Quanto mais passa o tempo, mais Dilma vai sendo desacreditada pelas massas. Daí também que a nossa saída é organizar o povo e ir pra rua defender os nossos interesses".

O vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, reforçou durante a plenária que é preciso manter as mobilizações nas ruas, em defesa da democracia. "Nosso estado paulista articula toda a política conservadora, que culmina com a política atrasada de ódio e de ataque à democracia brasileira e não aceitamos isso. Nossa resposta se dará nas ruas, no dia 20".

Com reportagem da CUT SP

por Redação RBA 

08/08/2015