Para CUT, ato em defesa de Lula é também defesa de projeto vencedor
Central promove abraço simbólico no prédio do Instituto Lula nesta sexta (7) e no dia 16; e convoca também manifestações pró-democracia, direitos sociais e contra política econômica no dia 20
São Paulo – A defesa da democracia e de retomada de um projeto de governo com justiça, inclusão social, distribuição de renda e trabalho decente deve unir movimentos sindical e sociais para que ocupem as ruas, defende o presidente da CUT, Vagner Freitas. Em entrevista ao portal da central, ele alerta para o clima de “golpe” instalado no país, com ramificações no Judiciário, no Legislativo e turbinado pela imprensa corporativa. Para o sindicalista, a oposição política e midiática “perdeu a vergonha de mentir”, mas ninguém é cobrado quando suas histórias são desmentidas e desmascaradas.
Freitas considera que o golpismo está embutido numa espécie de “3º turno” e lembra: “Nenhum golpe trouxe benefícios aos trabalhadores. Ao contrário, financiados por setores empresariais, ajudaram a impedir avanços ou desconstruir conquistas, como esses mesmos patrões buscam fazer no Congresso Nacional agora, em especial, na Câmara dos Deputados, sob regência do garçom dos patrões, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”.
A hostilidade de setores da política e da imprensa contra o ex-presidente Lula, segundo Freitas, desencadeia uma onda de atitudes de ódio e intolerância, com o episódio da bomba atirada contra a sede do Instituto Lula, na última sexta-feira (31). “O atentado contra o instituto de um ex-presidente da República, que como qualquer ex-presidente, continua sendo autoridade nacional, representa o fim da linha da intolerância que está sendo construída por quem perdeu as eleições e promove uma caça ao PT e aos movimentos sociais. Uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais e do partido, um desserviço ao Brasil e ao mundo”, afirma Freitas, para quem a imprensa conservadora sataniza o ato de fazer política.
A central informa que participará do abraço simbólico contra o ódio e em defesa da democracia nesta sexta-feira (7), no Instituto Lula. Prepara ainda uma nova manifestação de apoio diante do escritório do ex-presidente no próximo dia 16 de agosto. E articula junto com outras organizações populares uma nova manifestação, em todo o país, no dia 20 deste mês.
O presidente da CUT observa que, para os movimentos sociais, estar nas ruas em defesa direitos sociais e dos trabalhadores é uma forma também de cobrar do governo que retome o apoio de sua base social trilhando o caminho para o qual foi eleito. E ressalta que a defesa da democracia é parte indissociável dessa luta. “Nós estamos muito preocupados com a atual situação de intolerância e ousadia da direita brasileira, que desrespeita os valores básicos da convivência democrática, do direito do outro, não aceitando o resultado da eleição e impondo ao Brasil uma crise permanente criada por perdedores para desestabilizar o governo federal”, diz.
“Isso tem prejudicado demais o país, paralisa a economia e quem paga o pato são os trabalhadores”, diz Freitas, associando essa operação conservadora a um objetivo de derrubar o governo e também inviabilizar o retorno de Lula mais adiante. “É possível, natural e salutar que o governo tenha apoiadores e questionadores, quem concorda ou não, como é na democracia, e que todos possam manifestar sua opinião, inclusive nas ruas. Agora, golpismo, não.”
por Redação RBA
07/08/2015