Com nova alta, IPCA-15 vai 0,99% em junho e soma 8,8% em 12 meses
Segundo o IBGE, resultado do mês, o mais alto desde 1996, foi influenciado por aumentos nos jogos de azar e em itens de alimentação. Índice volta a subir depois de três meses em declínio
São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que havia declinado nos três meses anteriores, variou 0,99%, taxa mais alta para o mês desde 1996. Com isso, segundo o IBGE, o indicador fechou o primeiro semestre em 6,28%, bem acima de igual período de 2014 (3,99%) e na maior taxa desde 2003 (7,75%). Em 12 meses, soma agora 8,80%, índice mais elevado para esse intervalo desde dezembro de 2003 (9,86%). O IPCA-15 é uma "prévia" do IPCA, cujo resultado deste mês será divulgado em 8 de julho, juntamente com o INPC.
Entre os itens que pressionaram a inflação, o instituto destaca Despesas Pessoais (1,79%) e Alimentação (1,21%). No primeiro caso, a alta "foi influenciada pelos jogos de azar, cuja variação de 37,77% refletiu reajustes vigentes desde 18 de maio nos valores das apostas". Apenas esse item teve impacto de 0,14 ponto percentual no resultado geral do mês. Também se destaca a alta no caso dos empregados domésticos, com variação de 0,65%.
Já os alimentos contribuíram com 0,30 ponto percentual – o grupo responde por um terço do IPCA-15. Vários produtos aumentaram no mês, casos de cebola (40,29%), tomate (13%), cenoura (5,59%), batata inglesa (4,42%), carnes (1,63%), leite longa vida (1,24%), lanche (1,07%), e pão francês (0,98%).
O IBGE cita ainda o aumento de 3,76% na taxa de água e esgoto e de 1,12% na energia elétrica, além das altas em artigos de limpeza (1,05%) e condomínio (0,93%). Todos fazem parte do grupo Habitação (1,03%).
Com alta de 0,85%, o grupo Transportes teve impacto de aumentos das passagens aéreas (29,54%), gasolina e tarifas de ônibus urbano (0,65% cada). Em Saúde e Cuidados Pessoais (0,87%), os destaques foram artigos de higiene pessoal (1,08%) e os remédios (0,76%). Por fim, em Artigos de Residência (0,69%), a pressão de vei de eletrodomésticos (1,20%) e artigos de TV e som (0,85%).
Das áreas pesquisadas, o maior índice foi o da região metropolitana de Recife (1,41%), com influência da alta do preço da gasolina (9,52%), da energia (5,26%) e dos alimentos (1,84%). O menor foi o de Goiânia (0,54%), onde caíram os preços da gasolina (-2,64%) e do etanol (-7,57%). Na região metropolitana de São Paulo, o IPCA-15 variou 0,94%, somando 8,89% em 12 meses. No Rio de Janeiro, foi a 0,89% e atingiu 9,65% no acumulado, a segunda maior taxa para esse período, perdendo apenas para Curitiba (9,98%).
por Redação RBA
19/06/2015