Mulher é alvo de discriminações no mercado de trabalho, afirma Dieese
Apesar da maior participação da mulher no emprego formal, salários são de 25% a 30% menores e há preconceitos por causa da maternidade
São Paulo – Depois de crescer nos últimos anos e de se estabilizar mais recentemente, a participação das mulheres nos postos de trabalho com carteira assinada ainda enfrenta dificuldades, algumas delas oriundas de discriminação. Em comentário hoje (13) à Rádio Brasil Atual, o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirmou que mesmo com o crescimento do emprego formal as mulheres "têm uma participação relativa menor que a do homem, apesar de serem maioria na sociedade”.
“Inserida no mercado de trabalho, a mulher tem salários que chegam a ser de 25% a 30% menores do que o do homem. Há discriminações, como por conta de gravidez, que ela não tem tanta assiduidade, com maior propensão a faltar, ou seja, muito preconceito da sociedade, que não dá à mulher a proteção devida”, afirma Clemente.
Segundo o diretor técnico, as mulheres têm prioridade em alguns empregos, porém, são aqueles com piores condições de trabalho, com remunerações baixas e sem carteira assinada. “Elas têm ocupações que são prioritariamente voltadas a elas, como o emprego doméstico, pois 90% das pessoas neste setor são do sexo feminino”.
A mesma situação não se repete no Congresso Nacional, em que menos de 10% das bancadas na Câmara de Deputados são ocupadas por mulheres. Os dados se repetem em grandes cargos de empresas, nos quais as mulheres também são minoria.
“A mulher representa mais de 50% da população brasileira, portanto, há uma discriminação que não é explícita, na qual as transformações que precisamos realizar devem colocar a participação da mulher em plena igualdade ao homem”, conta Clemente.
por Redação RBA
13/04/2015