São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff oficializou hoje (28) mais duas mudanças no ministério. O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) vai para o lugar de Ideli Salvatti nas Relações Institucionais. A petista de Santa Catarina migra para a Secretaria de Direitos Humanos, de onde Maria do Rosário sai para se dedicar à campanha eleitoral, possivelmente como candidata a deputada.

O Palácio do Planalto informou que a posse será na próxima terça-feira (1º), às 11h. A saída de Ideli Salvatti da articulação política já era especulada desde o começo deste ano. Uma série de dificuldades na aprovação de projetos importantes para o governo dificultou a situação da ministra.

Com a chegada de Berzoini, Dilma completa a mudança na equipe responsável por negociar com deputados e senadores. Antes, Gleisi Hoffmann deixou a Casa Civil, cedendo lugar a Aloizio Mercadante, que já foi também titular da Educação e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Berzoini integrou o ministério do governo Lula em 2003, à frente da Previdência Social. No início do ano seguinte, passou a ocupar o 5º andar do mesmo prédio na Esplanada dos Ministérios, desta vez no gabinete do Ministério do Trabalho e Emprego, onde permaneceu até maio de 2005.

Em carta divulgada a apoiadores, Berzoini afirma que encara o desafio tomando como premissa a necessidade de diálogo franco, tanto com a base aliada como com os opositores. "Recebi, inesperadamente, a convocação da presidenta Dilma Rousseff para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do Governo Federal. Digo convocação, pois foi essa a síntese da conversa com a nossa presidenta, que solicitou minha colaboração na equipe do Palácio do Planalto. Devo, em primeiro lugar, a todos que acompanham meu trabalho parlamentar e especialmente aos que já haviam decidido apoiar minha candidatura a um novo mandato minhas desculpas por não poder disputar as eleições parlamentares."

A vaga de deputado de Berzoini será ocupada por Maria Lucia Prandi (PT-SP), a primeira suplente da coligação da qual o PT fez parte nas últimas eleições.

Na nota em que comunica as mudanças, Dilma "agradeceu a dedicação, competência e lealdade de Maria do Rosário ao longo de seu governo e tem certeza de que ela continuará dando sua contribuição ao país".

Antes, Dilma já havia feito nove trocas nos ministérios. A primeira etapa da reforma da equipe foi feita com três saídas: além de Gleisi, que voltou ao Senado e será candidata do PT ao governo do Paraná, deixaram a Esplanada Helena Chagas, titular da Secretaria de Comunicação Social desde o início do mandato, e Alexandre Padilha, da Saúde, nome petista para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Eles foram substituídos, respectivamente, por Thomas Traumann e Arthur Chioro.

No começo deste mês a presidenta promoveu outras seis trocas, nos ministérios do Desenvolvimento Agrário, das Cidades, da Pesca e Aquicultura, da Ciência, Tecnologia e Inovação,  da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e do Turismo.

O Desenvolvimento Agrário voltou a ser comandado por Miguel Rossetto, integrante do governo Lula e sugerido por movimentos sociais na tentativa de acelerar a reforma agrária, considerada um dos pontos fracos da gestão de Dilma. Ele substituiu Pepe Vargas.

Na pasta das Cidades, o vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, entrou no posto de Aguinaldo Ribeiro. Clelio Campolina Diniz, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), passou a ocupar a vaga de Marco Antonio Raupp na Ciência e Tecnologia.

O senador Eduardo Lopes (PRB-RJ) passou a integrar o Ministério da Pesca e Agricultura, antes conduzido pelo também senador Marcelo Crivella, do mesmo partido. Neri Geller, até há pouco secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, substituiu Antônio Andrade na pasta.

O lugar de Gastão Vieira no Ministério do Turismo foi ocupado pelo gerente de assessoria internacional do Serviço Brasileiro às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Vinicius Nobre Lages, que foi membro do Conselho Nacional de Turismo de 2003 a 2007 e em 2011.

por Redação RBA