Repórter relata violência de 'nova tática' usada pela PM durante protesto em SP
Fotógrafo Victor Moriyama sentiu o peso do cerco policial ocorrido no centro da cidade, no último sábado. Ferido e detido por 'pelotão ninja', ainda teve a câmera quebrada
São Paulo – Detido pela Polícia Militar de São Paulo durante três horas no último sábado (22), quando participava do segundo ato contra a Copa do Mundo, no centro da capital, o repórter fotográfico freelancer Victor Moriyama relatou ao blogue Nota de Rodapé como foi agredido e impedido de exercer suas atividades profissionais. Moriyama contou ainda que o cerco do “pelotão ninja” da PM durou cerca de uma hora, com episódios de violência, inclusive com uso de técnicas de jiu jitsu.
Na percepção do fotógrafo, a postura inicial da PM trouxe rapidamente a sensação do que viria. “Quando cheguei ao protesto, por volta das 17h, senti uma energia pesada no ar. Essa era a mesma sensação dos colegas de imprensa que conversei. Acho que prevíamos a violência que estava por vir”, explica Moriyama. O repórter relata que não sabe exatamente quando e como começou o tumulto.
“O que presenciei foi uma rápida ação policial que, em maior número, cercou rapidamente centenas de pessoas, dentre os quais jornalistas. Exercendo minha profissão, fui agredido por cassetetes, mesmo mostrando meu crachá de imprensa e tentando dialogar e acalmar os ânimos. Tive lesões nos braços e nas mãos”, conta. Não bastassem os ferimentos, ele teve a câmera fotográfica quebrada.
Ainda de acordo com Victor Moriyama, o cerco realizado pelo "pelotão ninja" da PM durou cerca de uma hora. Muitos manifestantes, jornalistas e advogados foram retirados do local com truculência. “Fui retirado do cerco com uma chave de pescoço, com técnicas de jiu jitsu, e encaminhado para a calçada com outros 200 manifestantes. Durante todo este período, argumentei com os policiais que trabalhava para a imprensa e gostaria de comunicar isso a um oficial superior. Sem sucesso”.
por Redação RBA
25/02/2014